A indústria têxtil é responsável pelo consumo de 93 mil milhões de metros cúbicos de água por ano, principalmente na produção das suas matérias primas. Para além do consumo de água, as indústrias têxteis poluem a água já que os resíduos, carregados de químicos tóxicos, dos processos de tingimento e tratamento são despejadas em lagos, rios ou ribeiros.
Segundo a fundação Ellen MacArthur, as indústrias têxteis usam, na maioria, matérias-primas não renováveis para produzir fibras sintéticas, produtos químicos para as suas tintas e fertilizantes na produção de algodão. Todo o processo de produção e distribuição é altamente poluente. A continuidade da indústria têxtil neste esquema linear, decorrente da Fast Fashion, resultará em consequências devastadoras, podendo ser responsável por 26% das emissões de carbono globais até 2050.
As emissões de carbono não são o único problema da indústria têxtil, em 2017, a Agência Portuguesa do Ambiente estimou que os portugueses deitam fora 200 mil toneladas de roupa todos os anos, que são enviadas para aterro ou incineradas. Apenas 20% das roupas são recolhidos para reutilização ou reciclagem. Menos de 1% de todos os materiais utilizados no fabrico da roupa são reciclados para fazer novas peças de roupa.
Do ponto de vista social, os efeitos do Fast Fashion refletem-se na contratação de trabalhadores mal remunerados que são explorados para cumprir os prazos de entrega. Para além dos efeitos negativos na saúde dos trabalhadores devido ao stress e pressão, estes correm também riscos de saúde, pela exposição aos químicos utilizados nas cadeias de produção.
A primeira medida que devemos implementar para fechar o ciclo do nosso guarda-roupa é deixar de apoiar a Fast Fashion, comprar apenas aquilo que realmente precisamos, dando prioridade aos produtos de qualidade.
Procure peças de roupa cujas marcas comuniquem métodos de produção mais sustentáveis e ecológicos.
Com culturas de produção limitada e por encomendas, já que estes sistemas de produção tendem a evitar mais o desperdício do material.
Sempre que possível, devemos arranjar e remendar as peças de roupa para as podermos continuar a utilizar durante muito mais tempo. No caso da roupa já não servir, podemos doá-la.
Os mercados de segunda mão permitem que as peças de roupa tenham mais tempo de vida útil e sejam utilizadas mais vezes.