Fechar o Ciclo

A atividade da pesca tem uma contribuição muito relevante para a produção global de resíduos, sendo um sector com grande oportunidade para ajudar as comunidades na transição para uma economia circular. O sector da pesca depende, diretamente e inevitavelmente, dos ecossistemas marinhos. Neste sentido, as medidas de economia circular no sector vêm contribuir de forma positiva para o mesmo, assim como para a conservação dos ecossistemas marinhos.

A seção seguinte pretende elencar práticas capazes de ajudar as empresas do sector na transição para uma economia circular.

1

Repensar os sistemas de produção.

Refletir se os sistemas de produção são regenerativos e evitam o esgotamento do peixe. Refletir ainda sobre a possibilidade de serem causados danos no ecossistema marinho.


2

Mapear e quantificar as entradas e saídas de todos os processos

tendo em conta toda a cadeia de valor da atividade.


3

Estudar e aplicar medidas no âmbito da redução:

Fazer a transição para barcos menos dependentes de combustíveis fósseis, com maior recurso a energias renováveis.

Reduzir os consumos de energia nas fases de venda e de transformação do peixe.

Utilizar energias renováveis nos edifícios onde é comercializado ou transformado o peixe.


4

Prolongar o tempo de vida útil dos equipamentos:

Realizar limpezas e manutenções periódicas aos equipamentos.

Sempre que possível, reparar os instrumentos e equipamentos.

Recuperar peças dos barcos para que possam ser utilizadas em novos produtos.


5

Criar sistemas de partilha que permitam a circularidade de produtos e serviços:

Integrar políticas de partilha entre empresas, por exemplo de ferramentas, de combustíveis, de locais de refrigeração e de armazenamento de peixe, de serviços de manutenção e transporte, entre outros.

Criar uma rede de arrendamento, que permita a utilização de espaços, equipamentos e outros de uma forma comunitária.

Dar prioridade ao aluguer de equipamentos.


6

Combater o desperdício alimentar no sector:

Evitar a produção excessiva de peixe, que acaba por não ser consumido.

Doar produtos que ainda estão em bom estado de conservação a instituições de cariz social.

Doar produtos que já não podem ser consumidos por pessoas para alimentar animais.


7

Estudar a possibilidade de valorização dos resíduos resultantes da atividade:

Recorrer a medidas criativas para a utilização dos subprodutos de toda a cadeia da pesca, desde os resíduos orgânicos de peixe, ao calor e à energia gerados durante o processo de transformação.

No caso da aquacultura, o excesso de excrementos dos peixes pode ser tóxico. No entanto estes materiais podem ser úteis como entrada de nutrientes para o cultivo de plantas.

Avaliar a possibilidade de implementar sistemas aquapónicos.

Estudar a possibilidade de valorizar os resíduos produzidos durante a captura do peixe e do marisco.

Procurar alternativas de valorização de resíduos fora do sector da pesca e da aquacultura, considerando outros setores que tenham capacidade de valorizar os subprodutos da pesca.

Desenvolver parcerias com empresas locais, organizações de investigação e universidades para explorar alternativas de valorização.


8

Evitar o lixo marinho:

Evitar a utilização e o abandono de utensílios e de produtos de plástico no mar.

Contribuir ativamente para a sensibilização sobre a importância dos oceanos.

Contribuir ativamente na luta contra a utilização de produtos descartáveis de plástico e de embalagens.

Para conhecer mais sobre as iniciativas no sector da pesca, consulte os exemplos. Consulte o Guia de Boas Práticas para o setor agroalimentar disponível nesta Plataforma.